quinta-feira, 3 de abril de 2014

Conselho



Se eu puder deixar meus conselhos, ficarei feliz se um dia segui-los.
É que você tem esse jeitinho meio onipresente, meio prefeito de cidade pequena. Gosta de ser referencia.
Sempre correndo, sempre muito ocupado. "Precisam de mim por aqui. Estão me chamando". O seu tempo não é seu. Tampouco seu tempo seria meu. 

Se eu puder deixar meu conselho, pega teu tempo no ar. Guarda no bolso por uns instantes. Senta e esquece teu tempo. O melhor tempo é o tempo que a gente não sente passar.
Para de correr. Em todos os aspectos. Anda devagar, que a vida já anda rápido demais. Não acelera tanto, menino.

Não tenha tanta vergonha. Se solta, menino, que a hora de ser solto é agora. 
Já te falei pra sorrir. Se eu puder deixar meu conselho, ria! Dê risada de bobeiras, dê risada quando tudo der errado. Dê risada quando seu temakão se desmanchar inteiro de tanto shoyu que você coloca (aliás, se eu puder deixar meu conselho, consuma menos shoyu). 

Se eu puder deixar meu conselho, coma coisas diferentes. Não tenha medo dos sabores. Você gosta de mais coisas do que imagina.

Escute. Você não tem tanto assim a dizer. Ouça com vontade de escutar. Preste atenção, questione, pergunte. Tenha interesse. 

Se eu puder deixar meu conselho, aconselho que seja a pessoa mais feliz do mundo. 
Ame! Mas ame como um amor deve ser amado, mesmo que isso signifique entrega. Se entrega. 
Viva, sinta, sonhe, seja, viaje, observe, vá caminhando. 
Me irritou e me encantou. Despertou o pior e o melhor em mim. 
O que vale é termos vivido.